Lupi reafirmou o compromisso pedetista de lutar pelos mais vulneráveis e seguir o legado das lideranças históricas
Ontem (13) foi celebrado o centenário de nascimento de Leonel Brizola e de Darcy Ribeiro, em sessão solene realizada no plenário Ulysses Guimarães, na Câmara dos Deputados. Com a presença do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e de outras lideranças pedetistas, o evento pontuou as contribuições dos homenageados para o desenvolvimento nacional e a permanência da democracia, e ratificou a necessidade de continuar com os seus legados.
“Lembrar Brizola e Darcy é se lembrar de brasileiros que nunca se curvaram aos ditadores; é lembrar brasileiros que passaram 15 anos no exílio; é lembrar brasileiros que, como Darcy, com câncer e apenas um pulmão, estava no Senado Federal fazendo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)”, disse o presidente pedetista, resgatando a força dos dois fundadores do PDT.
Lupi se voltou para o presente e deixou claro que o percalço pelo qual passa o Brasil precisa de ações de combate enérgicas e afirmativas, como a dos homenageados. Se dirigindo a Bolsonaro e ao grupo que atenta contra o Estado Democrático de Direito, o presidente trabalhista bradou: “Não nos ameacem! Não apontem armas contra o nosso peito, porque nenhuma força é capaz de parar a vontade do povo por liberdade”.
De acordo com o presidente nacional do PDT, o povo reconhece o trabalho das forças democráticas do Brasil e demonstrou isso elegendo Lula em detrimento do atual presidente da República. Ele garantiu que o partido estará presente na elaboração de políticas públicas e ações que reduzam a desigualdade e eliminem a fome e a miséria no país.
Brizola e Darcy são rememorados por inúmeros motivos, sendo o Governo do Rio de Janeiro e a criação dos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps) os mais populares. Sobre o tema, o deputado federal e líder da bancada pedetista na Câmara, André Figueiredo, fez uma reflexão acerca de como seria o Brasil caso Brizola saísse vitorioso do pleito presidencial em 1989.
“Como seria o nosso país com Brizola presidente? Como seria o nosso país se os Cieps, tão bem formulados por ele e Darcy, não tivessem sido apenas uma política de Governo, mas sim política de Estado? Certamente, muitos dos que hoje são adultos na criminalidade não teriam enveredado por esse caminho e nós viveríamos num país onde nossas crianças pudessem ter o apoio necessário do instrumento da Educação. O Brasil não seria permeado pelo ódio, pela intolerância e pela miséria como é hoje”, avaliou Figueiredo.
A Sessão Solene foi idealizada pelos deputados André Figueiredo (PDT-CE), Wolney Queiroz (PDT-PE) e Pompeo de Mattos (PDT-RS). O evento também foi acompanhado pelo embaixador de Cuba, Adolfo Curbelo Castellanos, e pelo embaixador da Palestina, Ibrahim Alzeben.
Duas histórias de serviço ao Brasil
Leonel de Moura Brizola nasceu em 22 de janeiro de 1922, no povoado de Cruzinha, então pertencente ao município de Passo Fundo, hoje parte integrante do território do município de Carazinho, no Rio Grande do Sul. O garoto que venceu a pobreza e, com muito estudo, suor e luta, foi deputado federal, governou o Rio Grande do Sul e construiu seis mil escolas públicas no estado. Também foi chefe do Executivo no estado do Rio de Janeiro, décadas mais tarde, após a redemocratização do Brasil. Sua trajetória política foi marcada pela luta em defesa dos direitos trabalhistas, da igualdade de direitos, dos menos favorecidos, da educação de qualidade, e da soberania nacional.
Darcy já era uma alma acadêmica. Antropólogo, historiador e sociólogo, Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros, Minas Gerais, e se destacou em sua vida política pela preocupação com os povos originários e o meio ambiente. Foi vice-governador de Brizola no Rio de Janeiro e acumulou os cargos de secretário de Estado da Cultura e coordenador do Programa Especial de Educação, com a missão de implantar 500 Cieps no estado. Também foi senador e ministro da Educação, além de responsável pela formulação da LDB.
Da Redação/PDT na Câmara